sexta-feira, 31 de março de 2017

O que significa ser Mulher e fazer parte do Universo Feminino?


Mulher, universo feminino... Pra mim, tem soado como um lugar. Um lugar que, me sinto desembarcando só agora. Estava longe e, recebi um convite para adentrar, chegar.



Me sinto chegando em mim mesma. Não havia penetrado de forma consciente nesse universo, no entanto, creio que exista em mim, no silêncio da minha Alma um aprendizado e sabedorias sutis a respeito, que preciso tocar... Calmamente tocar.



Mas, há algo dentro dessa Alma Feminina que acolho em mim, e que posso compartilhar... Nunca gerei filhos de forma biológica; fisiologicamente não sou mãe! Porém, as vezes, sinto brotar de mim uma maternidade indescritível - Uma vontade de cuidar, de acolher e aconselhar, de trazer junto ao peito, de cantar pra dormir. E tudo isso, por pessoas grandes! (Risos). Descobri uma capacidade de maternar, que me levou a pensar que, ser mãe é sentimento. Não é sempre, nem contínuo esse sentir em mim, é como uma luz que se acende de vez em quando e se manifesta, ilumina. 



Foi bonito perceber isso aqui dentro... Nesse caminho, descobrirei Nesse caminho, descobrirei ainda muito, e agora que cheguei nesse lugar que sou, pretendo ficar até desvendar o mais escondido tesouro. 



Com Amor maternal, Jéssica Paula.

Jéssica Paula é um presente que o universo mandou para minha vida, ela vibra na mesma frequência que eu. Talentosa até não caber mais, tem uma página no Face onde expõe suas artes com a natureza.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Feminismo Libertário


A Linda da Raquel me convidou para escrever algo sobre a mulher, já que estamos no mês de comemoração. Pensei em várias coisas que eu poderia falar, mas nenhuma me brilhou os olhos e me trouxe inspiração como minha mais recente e última experiência pessoal.
Sempre me declarei feminista, busco me desconstruir, aprender mais sob a ótica de vida do outro e aconselhar minhas amigas ( as manas) a serem fortes e se sentirem bem consigo mesmo.



O feminismo nos ensina que não existe padrão, você pode ser quem você quiser de maneira que isso te faça crescer como ser humanos e te faça ser mais forte, solidária a sua companheira e livre para que não se importe com opiniões que não somam, apenas degradam. Sempre me vi dessa forma e busquei ser assim.



Recentemente vivia um relacionamento que infelizmente não deu certo e independente da minha vontade era a hora de seguir para que eu pudesse respeitar a vontade do outro. Como todo final de ciclo isso realmente me magoou muito e busquei defeitos em mim para que essa relação não vingasse. Me senti feia, humilhada e a última das mulheres, mesmo que as expectativas que eu tenha criado foram frutos da minha carência, não de uma falsa ilusão do outro. Percebi que mesmo sendo mulher a construção do feminismo é diária, é saber que somos especiais independente do julgamento e aprovação do outro.



Ser mais forte no trabalho, em casa, nas relações para mim é mais do que esconder meus sentimentos, é estar aberta sem medo para novas experiências sozinha ou acompanhada. É amar a minha dobrinha na barriga, meu cabelo amassado, meu jeito bravo e saber que tudo isso me compõe e se amanhã eu quiser mudar não será um problema, pois no feminismo não existem amarras e como seres humanos vivemos em constante mutação. 



Por isso no mês de Março eu celebro o fato de ser uma pessoa tão maravilhosa pra mim! Porque eu quero aprender a me amar antes de gostar do outro. Obrigada Rah por essa oportunidade de me abrir e assim me descobrir mais um pouco. Vc é linda amiga


Angélica



Angélica é minha amiga e uma daquelas pessoas que a gente ama de graça, sabe? Ela é linda, engraçada e dona de uma força interior que vi em poucas pessoas nessa terra.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Que sejam meninos, meu Deus, que sejam meninos!

Não tenho irmãs, tenho irmãos. 3 irmãos. E nunca gostei de boneca, mas ganhei algumas que deixei entulhada num canto qualquer da casa. Queria mesmo era uma bola, mas bola eu não podia ter, afinal, menina não brinca de bola - dizia minha mãe.


Meu sonho era ir para o campinho, jogar bola com os meninos, empinar pipa, chegar em casa ao final do dia, sorrir de bobeira com aquelas crianças, mas eu não podia, afinal, eu era menina.

Queriam que eu usasse batom - não gostava -, que eu me comportasse como uma lady, mocinha, eu só queria jogar bola e empinar pipa, sorrir de bobeira com aqueles meninos.


Aprendi a limpar, lavar, cozinhar, cuidar dos mais velhos, dos mais moços, desaprendi a brincar. Afundei-me nos livros, documentários, reflexões, indagava aos mais velhos sobre a fome, morte, pobreza, poluição. Queria ser missionária na África, nos lugares mais ermos desse mundo, desaprendi a brincar - queria mesmo era jogar bola com os meninos na rua.


Quando eu crescer - pensava - não quero ter filhos, mas se os tiver, meu Deus, que não sejam meninas, meninas sofrem muito, desde pequenas carregam um grande fardo nessa vida!


Que sejam meninos, meninos já nascem livres, podem sorrir de bobeira, podem brincar na rua, jogar bola, empinar pipa, vestem qualquer roupa, andam descalços, sem blusa, não temem assédio, estupro...

Que sejam meninos, meu Deus, que sejam meninos!




(Beatriz Pereira 08/03/2016)

Beatriz Pereira - ou simplesmente Bia - é uma amiga querida, poetisa, teóloga e dona de um coração doce e apaixonado pelo bem.              

sexta-feira, 17 de março de 2017

Quanto e quando nos sentimos realizadas?

Ser ou estar realizada é algo complexo para ser traduzido em algumas poucas linhas, todavia, a grosso modo, eu diria que se sentir realizado é olhar para o atual estágio de sua vida e sentir uma agradável sensação de estar no lugar e nas condições exatas que você gostaria.


O que não significa que alcançou ou viveu tudo que se planejou, significa estar com o coração grato por, naquele momento da vida, estar realizando algo que te preenche de tal forma que te faz sentir tão completa que você chega a dizer: Hoje sou uma realizada.

Em minha vida passei por vários momentos que me levaram a tal indagação. Nascida em lar evangélico, fui de tudo um pouco nas igrejas que passei (três para ser exata!). Acredito que contribui muito com a formação do caráter cristão de muitas crianças, jovens e adolescentes. Preguei em diversas igrejas e denominações e digo que – isso não por méritos próprios – que também edifiquei a vida de inúmeras pessoas.

Passei por uma incrível experiência missionária em Cabo Verde, um arquipélago localizado a cerca de 570 quilômetros da Costa Ocidental da África formado por 10 ilhas vulcânicas. Ali aprendi o dialeto, conheci pessoas maravilhosas falei da minha fé e saí de lá com a sensação de dever cumprido, ou seja, REALIZADA!

Aí você me pergunta: Onde ela quer chegar?!
Contando um pouco da minha trajetória quero exemplificar que hoje me sinto deveras realizada. No sentido mais amplo da palavra. Daqui em diante passo a contar o motivo.

Não sei exatamente quando começou, porém, desde minha adolescência me percebi apaixonada pelo universo da fotografia, desde então já participei de diversas oficinas workshops e cursos; recentemente – no ano passado para ser mais exata – conheci algumas pessoas envolvidas com filantropia e aos poucos me envolvi com a ações de três ONGs que realizam trabalhos em regiões carentes. Como não poderia ser diferente me tornei a fotógrafa voluntária dessas Organizações.

Já entrei em lugares que só conhecia de ver na TV. Lugares extremamente carentes, com total falta de estrutura ou saneamento básico, conheci pessoas que quase nada tinham e ainda assim tentava mover céus e terra para ajudar a quem tinha menos ainda.
Fotografei jovens, crianças e idosos. Conheci um pouco da estória dos voluntários, das pessoas que trabalham nas ONGs e conheci também a estória de algumas pessoas dos lugares onde fotografei.

Posso dizer que a gratidão que vejo nos olhos dos adultos e a enorme alegria escancarada nos rostinhos dos pequenos, me fazem sentir viva por estar naquele meio, por conseguir eternizar a emoção do momento com minhas lentes.

Posso dizer que hoje estou realizada. Realizada porque faço algo que sou avidamente apaixonada e por imortalizar emoções dos voluntários e das pessoas.Posso afirmar sem sombras de dúvidas que hoje minha fé é muito mais eficaz, trabalho ao lado de pessoas espíritas, católicas, enfim, pessoas humanas, acima de tudo, humanas pessoas. Isso me aproxima bem mais de Deus, me faz exercitar muito mais minha fé e contribui para eu ser uma pessoa bem melhor e realizada.

Agora quero compartilhar um pouco dos meus registros com vocês!        








                      

Noemia Oliveira é minha amiga, mulher do Lander, mãe de pets fofinhos, blogueira, fotógrafa, e dona de uma página incrível no Facebook.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Quem sabe se comunicar? Uma perspectiva feminina

A intenção aqui não é polemizar; é fazer-se entender; evocar a compreensão; chegar a um comum acordo; enfim, seja lá qual for a definição, a pretensão é chegar ao objetivo da solução de inúmeros problemas através da comunicação.

Já dizia o maior conselheiro de todos os tempos que há tempo de falar e tempo de calar (Ec. 3.7).

Há vários tipos de comunicação: verbal, escrita, através do olhar, pela mímica, musical, etc. Também há muitas ferramentas para isso: bilhetes, cartas, telegramas, telefonemas, redes sociais, etc.

Teoricamente, ”Comunicação é o ato de transmitir uma mensagem, informação ou idéia, recebendo outra como resposta”  (Fonte: Google). Pronto. Feito isto, não é preciso que se explique mais nada. Esta definição é plena.

Porém talvez tenha ficado alguma dúvida. Então lá vai: Comunicação não é só falar e o outro escutar. Isso porque nem sempre é assim que acontece.


Uma comunicação só é eficaz quando aquele que está falando, é ouvido. Certo? Errado!

Isso só se torna verdadeiro quando aquele que se comunica atinge o seu objetivo, que é fazer não somente que o outro o ouça, mas que também compreenda a mensagem que lhe foi entregue.

Muitas guerras teriam sido evitadas, muitos divórcios não teriam se consumado, muitos adolescentes não estariam nas drogas, muita coisa ruim poderia ter sido evitada, se simplesmente a comunicação tivesse sido eficiente.

Dados baseados em pesquisas científicas com o cérebro humano confirmam que as mulheres falam mais que os homens – falam, não significa que se comuniquem mais que eles. E os homens? Odeiam isso! É aí que entra a primeira falha na comunicação.

Pois o homem deveria sentir-se honrado quando sua mãe ou parceira tenta orientá-lo, ainda que seja de A a Z. Além da mulher ter essa necessidade biológica, ela também está exercendo uma função sentimental... sim, porque falar muito é um sinal de que ela se importa com ele!

Tudo bem que às vezes a mulher exagera, reconheço. O homem fica irritado, nervoso, ou faz um “bloqueio psicológico na entrada dos ouvidos”, impedindo qualquer tipo de diálogo. E o objetivo da comunicação se perde. É justamente neste ponto que está a segunda falha da comunicação: a mulher repete suas falas, na esperança de deixar bem frisado ou memorizado na mente do outro o que foi dito, e também na esperança de que o outro entendeu seu recado. E ele? Não dá o menor sinal que isso aconteceu.

Certa vez um professor disse que as mulheres confundem os homens por causa de suas muitas palavras.

Ela falha por falar demais. Ele falha por ouvir de menos.

Se tratando principalmente de relacionamento íntimo, é preciso encontrar o equilíbrio da comunicação. Que tal se o homem a interromper levantando a mão, ou dizer que já entendeu, ou repetir o que foi dito, ou partir a realizar o que está sendo solicitado (se for este o caso), ou interrompê-la com um beijinho na boca?

Uma boa tática também é pedir para repetir o que foi dito quantas vezes for necessário, pedir para ilustrar, dar algum tipo de exemplo; enfim, para se comunicar bem vale até pedir para que o outro tente falar tudo novamente, mas com outras palavras. Chegar à exaustão no alvo da compreensão também é válido para aprimoramento de uma boa comunicação, a fim de que haja um benefício mútuo.

Na verdade, todos precisam  mensurar o quanto vale nossos relacionamentos, seja pessoal, profissional, etc., e para isso, só há um caminho, o da comunicação.

Entendeu?   




 *Texto carinhosamente encaminhado por Adriana Condulo, mãe, esposa, profissional administrativa e por minha sorte, minha irmã.                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

quarta-feira, 1 de março de 2017

Moana - uma história de sororidade




Moana é uma garota linda, vibrante e com a avidez por descobertas típica de uma adolescente normal. Ela mora em uma ilha paradisíaca, tem pais amorosos e uma comunidade acolhedora e unida. Desfruta do melhor que a natureza oferece, mas sente que falta algo em sua vida, uma compulsão por explorar, viajar, ir além de si mesma. Impossível não associar com o mito da caverna de Platão: para quem está na caverna, a caverna é tudo o que existe. Mas Moana sabia que podia ir além e ela queria isso. Quem nunca sonhou em ultrapassar aqueles limites que a sociedade, a família ou até você mesma fixou para si? 

O filme é encantador, mais uma vez a Disney nos presenteia com uma personagem fora do clichê convencional da princesa que tem por único objetivo na vida se casar com um príncipe. Mas o que realmente chamou minha atenção, foi a profunda mensagem sobre sororidade que é tema de fundo de toda a História de Moana. Sororidade é um termo que popularizou com o advento da exposição feminista que vem ocorrendo nos últimos anos e que significa união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum. Particularmente, eu amo essa palavra e seus sinônimos e tenho procurado viver por ela.

O primeiro exemplo dessa sororidade, é representado pela avó de Moana. Ela viu que a neta ansiava por mais e confiava na sua capacidade de conquistar seu objetivo. Desde cedo, foi o apoio e principal agente influenciadora de Moana. Foi dela a ordem "vai" que levou Moana de encontro ao seu destino. E mesmo depois que morreu, a avó de Moana continuou influenciando sua neta, "estarei sempre com você", remetendo à idéia que somos construídas também com a nossa ancestralidade. Somos a soma das mulheres que vieram antes de nós, carregamos no DNA sua força e sabedoria e podemos aprender com seus erros e acertos.

O segundo exemplo, é a mãe de Moana. Quando flagrou a filha arrumando sua mala para fugir em busca de si mesma, ela deu seu consentimento silencioso, apenas se retirando do caminho e deixando Moana livre para ir. Ela poderia ter chamado os guerreiros da tribo, avisado o pai da garota, porém, mais uma vez, o elo de empatia e cumplicidade foi mais forte. Quando deixou Moana livre para seguir seu próprio caminho, essa mãe entendeu que os filhos não precisam, necessariamente, trilhar o mesmo caminho dos pais.





Moana foi, e o resto é história. Com muita coragem e teimosia, foi vencendo os obstáculos pelo caminho, um a um. Interessante notar que os dois semi deuses que ela encontrou pelo caminho, Maui e Tamatoa, foram vencidos não pela força, mas pela esperteza. Coincidência ou não, os dois se apresentam na história como seres egoístas, vaidosos e absolutamente egocêntricos e Moana usa de suas próprias armas para derrotá-los.

E, por fim, a história atinge seu clímax quando Moana descobre que o monstro de lava Te Ka, é a versão ferida da deusa Te Fiti, que se transformou na criatura quando teve seu coração roubado por Maui. Te Fiti não era um monstro, ela só estava ferida. E o terrível monstro desaparece quando Moana devolve o coração ao seu peito, nos deliciando com a mensagem mais linda de todas: MULHER CURA MULHER.

SIM, manas, temos essa incrível habilidade. Só uma mulher compreende os caminhos do coração da outra, porque é a mesma estrada que todas trilhamos.

Somos conforto, nutrição, cuidado, acolhimento. A ordem certa, é primeiro para nós mesmas, depois para o próximo. Cientes dessa habilidade, usemos uma com as outras. Sejamos instrumentos de cura. Não alimentemos mitos que "mulher é fogo", "mulher compete e rivaliza umas com as outras", e pratiquemos a sororidade. Se colocar no lugar da outra, às vezes, é o melhor caminho para se chegar dentro de si.